Wednesday, August 30, 2006

Da saudade que se instala e que vive e que cria um espaço que não termina

E sobre como o refúgio é, também, a única forma de te manter em mim.

«Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.»

Carlos Drummond de Andrade

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