Wednesday, May 24, 2006

É desta que eu fundo uma corrente na Psicologia (ou então um simples delírio um tanto ou quanto ocasional de grandeza)

Porque é que em vez de basear a prática psicoterapêutica num referencial existencialista (ie, não interessa se o que o cliente diz é verdade ou mentira, desde que seja a sua verdade; não interessa o que cada um sofre, mas como o sofre), não começo a postular o que desde já baptizo como o princípio House: por defeito, o que o cliente diz é mentira.

Os significados que atribui aos acontecimentos, aos episódios que constam da sua própria narrativa, todo o processo de significação e construção passa a ser encarado como uma rotunda mentira.

É, então, muito mais prático: o Sr. X não sofre. O Sr. X não tem ataques de pânico. A Srª Y não tem vaginismo. A menina Z não tem depressão reactiva nem chora desde que se levanta até que se deita.

Na volta, ainda podemos fazer este flik flak com o estigma do especialista (afinal na Faculdade estavam errados, dá um jeitaço ter o rótulo de especialista) e a malta vai para casa a achar que afinal não tem nada de mais.

Já há muito tempo que construo a teoria de que o mais importante é aquilo que o cliente diz em jeito de parêntisis. E que o mais estrutural é aquilo que menciona menos vezes. O princípio House só vem extremar a coisa.

Vou tentar esta coisa e depois informo.

(Qualquer semelhança com a realidade é pura ficção...
ou então não!)

1 Comments:

Blogger Lowprofile said...

Interessante! Talvez se encontre alguma vantagem no processo de negação lol Espero ler as tuas conclusões...

7:50 PM  

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