Do "Já agora"
«Há uma instituição poruguesa que é única no mundo inteiro. É o "Já Agora". Noutras culturas, tratar-se-ia de um pleonasmo. Na nossa, faz parte do pasmo.
O "Já Agora", e a variante popular "Já que estás com a mão na massa...", significam a forma particularmente portuguesa do desejo. Os portugueses, não gostam de dizer que querem as coisas. Entre nós, querer é considerado uma violência. Por isso, quando se chega a um café, diz-se que se queria uma bica e nunca que se quer uma bica. Se alguém oferece, também, uma aguardente, diz-se "Já Agora...". Tudo se passa no pretérito, no condicional, na coincidência.»
Miguel Esteves Cardoso in A Causa das Coisas
O "Já Agora", e a variante popular "Já que estás com a mão na massa...", significam a forma particularmente portuguesa do desejo. Os portugueses, não gostam de dizer que querem as coisas. Entre nós, querer é considerado uma violência. Por isso, quando se chega a um café, diz-se que se queria uma bica e nunca que se quer uma bica. Se alguém oferece, também, uma aguardente, diz-se "Já Agora...". Tudo se passa no pretérito, no condicional, na coincidência.»
Miguel Esteves Cardoso in A Causa das Coisas
0 Comments:
Post a Comment
<< Home