Das cicatrizes e das queimaduras
Adoro perder-me pelo Porto.
Uma das razões por que tal acontece é porque, sozinha, tendo a ver mais claramente as coisas (a eterna desculpa dos evitantes).
O que descobri ontem é que tenho mais cicatrizes que queimaduras. O que é, de alguma forma, paradoxal e inconsistente com aquilo que fui escolhendo para a minha vida.
A minha directora de turma do 9º ano (aliás, do 5º ao 9º, mas é mais uma segunda mãe para quase todos...), num bilhete de despedida - entre outras recomendações e observações que se mantêm actuais até hoje - escreveu-me:
«Lembra-te que a vida também pode ser vivida sem que tenhas que derreter as tuas asas , de tanto quereres viver alto e perto do sol.»
Das cicatrizes, lembramo-nos quando olhamos para elas, sinais de que não passamos por estas dilacerações impunemente. O que mais me deixou cicatrizes foi dar murros em ponta de faca. Insisto, respiro fundo e volto a tentar. Mesmo que isso implique mais um golpe. Olho e deixo o sangue correr.
Das queimaduras, pouco sei dizer, a não ser que as detecto como sinais das vezes em que quis ser mais vida do que os limites da minha própria existência. Porque pensava que estes não existiam. Ou, pelo menos, criei essa ilusão.
Professora, talvez seja falta de coragem para mudar. Ou, então, pura burrice. Mas gosto da minha queimadura. Mais: diria que, mesmo depois de toda a porrada que apanhei por ser assim, preferia ter 1000 queimaduras e nunca uma cicatriz.
Uma das razões por que tal acontece é porque, sozinha, tendo a ver mais claramente as coisas (a eterna desculpa dos evitantes).
O que descobri ontem é que tenho mais cicatrizes que queimaduras. O que é, de alguma forma, paradoxal e inconsistente com aquilo que fui escolhendo para a minha vida.
A minha directora de turma do 9º ano (aliás, do 5º ao 9º, mas é mais uma segunda mãe para quase todos...), num bilhete de despedida - entre outras recomendações e observações que se mantêm actuais até hoje - escreveu-me:
«Lembra-te que a vida também pode ser vivida sem que tenhas que derreter as tuas asas , de tanto quereres viver alto e perto do sol.»
Das cicatrizes, lembramo-nos quando olhamos para elas, sinais de que não passamos por estas dilacerações impunemente. O que mais me deixou cicatrizes foi dar murros em ponta de faca. Insisto, respiro fundo e volto a tentar. Mesmo que isso implique mais um golpe. Olho e deixo o sangue correr.
Das queimaduras, pouco sei dizer, a não ser que as detecto como sinais das vezes em que quis ser mais vida do que os limites da minha própria existência. Porque pensava que estes não existiam. Ou, pelo menos, criei essa ilusão.
Professora, talvez seja falta de coragem para mudar. Ou, então, pura burrice. Mas gosto da minha queimadura. Mais: diria que, mesmo depois de toda a porrada que apanhei por ser assim, preferia ter 1000 queimaduras e nunca uma cicatriz.
1 Comments:
Gostei!!
Post a Comment
<< Home