"If love is blind i guess i'll buy myself a cain" (Life lessons from Els Encants#2)
São modernas. De pêlo na venta, passam férias com as amigas e têm noites de gajas. Tomam a pílula desde os 15 anos. Vários namorados, não coleccionáveis, muitos ficaram pelo caminho com o mesmo argumento: “era muito dependente”. Ou porque faziam cenas de ciúmes aborrecidíssimas. Ou porque ousaram interferir nas amizades escolhidas, sobretudo com o amigo homem de longa data que, segundo teoria conspirativa do parceiro, deixa olhares lânguidos a cada parte do corpo mais descoberta. Têm o discurso do “as mulheres apanham porrada porque querem” e terminam a certeza universal com um “havia de ser comigo…” resolutivo.
Mas todas as certezas têm um fim, e o dia chega em que começam a aceitar mais do que a conta. Não são assim tão resolutivas, aceitam abusos e faltas de respeito. Continuam, ainda assim, a debitar frases feitas de woman power à velocidade das conversas entre pares do mesmo género. O agora, entretanto, é feito com um sublinhar de um mimetizar contido, de angústia espartilhada .
E começam a ser inconsistentes. A aceitar mais do que pensavam. Cada vez que o fazem, lembram-se das certezas anteriores e nada fica para além de um sabor muito estranho, o saber – e o viver – da ambiguidade, da ambivalência, do quero mas não posso, do posso mas não quero.
Na mesinha de cabeceira coexistem nomes de mulheres sonantes que ousaram cortar com o que o mundo queria delas. Ser “boa esposa”, “boa mãe”, e o tanto mais logo se verá.
E estas figuras, iconizadas a preto e branco como convém às referências históricas, vêm à cabeça cada vez que dão por si a ceder. A ver morrer todos os pedaços, entretanto bem escacados, de integridade. Por causa deles. Dos príncipes das trevas.
Sabem, no canto da alma, que não há solução à vista. Por isso perduram, mantêm-se naquele formato de relação condenado – sabem bem – à destruição. E suspiram e temem simultaneamente pelo dia em que, como dantes, faziam o que diziam e diziam o que faziam.
Entretanto, entoam…
«Preventing me from freedom
Maintaining your pollutionI
won't support your lie no more
I won't even try no more
If I have to die, oh Lord
That's how I choose to live
I won't be compromised no more
I can't be victimised no more
I just don't sympathize no more
Cuz now I understand
You just wanna use me
You say "love" then abuse me
You never thought you'd loose me
But how quickly we forget
That nothing is for certain
You thought I'd stay here hurting
Your guilt trip's just not working
Repressing me to death
Cuz now I'm choosing life I take the sacrifice
If everything must go, then go
That's how I choose to live…»
Lauryn Hill, "I get out" (MTV Unplugged)
Mas todas as certezas têm um fim, e o dia chega em que começam a aceitar mais do que a conta. Não são assim tão resolutivas, aceitam abusos e faltas de respeito. Continuam, ainda assim, a debitar frases feitas de woman power à velocidade das conversas entre pares do mesmo género. O agora, entretanto, é feito com um sublinhar de um mimetizar contido, de angústia espartilhada .
E começam a ser inconsistentes. A aceitar mais do que pensavam. Cada vez que o fazem, lembram-se das certezas anteriores e nada fica para além de um sabor muito estranho, o saber – e o viver – da ambiguidade, da ambivalência, do quero mas não posso, do posso mas não quero.
Na mesinha de cabeceira coexistem nomes de mulheres sonantes que ousaram cortar com o que o mundo queria delas. Ser “boa esposa”, “boa mãe”, e o tanto mais logo se verá.
E estas figuras, iconizadas a preto e branco como convém às referências históricas, vêm à cabeça cada vez que dão por si a ceder. A ver morrer todos os pedaços, entretanto bem escacados, de integridade. Por causa deles. Dos príncipes das trevas.
Sabem, no canto da alma, que não há solução à vista. Por isso perduram, mantêm-se naquele formato de relação condenado – sabem bem – à destruição. E suspiram e temem simultaneamente pelo dia em que, como dantes, faziam o que diziam e diziam o que faziam.
Entretanto, entoam…
«Preventing me from freedom
Maintaining your pollutionI
won't support your lie no more
I won't even try no more
If I have to die, oh Lord
That's how I choose to live
I won't be compromised no more
I can't be victimised no more
I just don't sympathize no more
Cuz now I understand
You just wanna use me
You say "love" then abuse me
You never thought you'd loose me
But how quickly we forget
That nothing is for certain
You thought I'd stay here hurting
Your guilt trip's just not working
Repressing me to death
Cuz now I'm choosing life I take the sacrifice
If everything must go, then go
That's how I choose to live…»
Lauryn Hill, "I get out" (MTV Unplugged)
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