Amigos de Quem
«Amigos são sombras do tempos
que enrolam o seu tempo à espera de ver
o que não existe...acontecer»
Amigos de Quem (Clã com Manel Cruz)
É triste. É a vida, mas é triste. Olho para trás e não deixo de ficar profundamente triste, desolada com a constatação do facto: qualquer pergunta que vá para além do "tudo bem?" retórico, é fonte de gargalhada como introdução para a desconversação orientada para dimensões com tanto de instrumental como de corriqueiro, sem valor nem qualquer vislumbre de pessoalização.
E, no entanto, talvez fosse previsível. Como todos os grandes amores (o que é a "amizade" senão uma forma de amor, só diferente na sua forma de expressão?), difícil é a sobrevivência para além da vida e do contexto que a originou.
Bem sei, houve tentativas de assassinato mútuas. Quando eu cair espero ao menos que olhes para trás. Não olhaste. Permaneceste nesse registo, máxima estilizada dos embutidos afectivos, esperando que a outra pessoa compreendesse que os actos falam mais alto que as palavras. E eu perdi o norte e o sul da minha vida de então, a minha ligação ao mundo dos sãos.
Entretanto a vida seguiu lá fora de alguma forma recomposta, mas nunca mais esqueci; geri distâncias e condicionantes, coloquei-te do lado de fora. Necessariamente.
E, portanto, não sou desonesta. Quando te digo (perdoa-me o acto de coragem de cortar o registo do politicamente correcto) que é triste, é porque é isso mesmo que sinto. O teu desconforto, o meu desconforto, soa-me vagamente familiar: a inaptidão, a inoperância que se sente quando vemos um fantasma do passado.
Não quero mudar nada - passe estes pequenos episódios, é-me mais confortável assim. Nem acho que queiras mudar nada. Há relações cuja permanência implicam custos emocionais por vezes incomportáveis, pela sua sequência passado-presente-futuro (?).
Continuo a desejar-te o melhor que a vida tem para te oferecer. Não preciso é de estar lá contigo para o ver.
E foi assim que a vida (não) seguiu lá fora.
que enrolam o seu tempo à espera de ver
o que não existe...acontecer»
Amigos de Quem (Clã com Manel Cruz)
É triste. É a vida, mas é triste. Olho para trás e não deixo de ficar profundamente triste, desolada com a constatação do facto: qualquer pergunta que vá para além do "tudo bem?" retórico, é fonte de gargalhada como introdução para a desconversação orientada para dimensões com tanto de instrumental como de corriqueiro, sem valor nem qualquer vislumbre de pessoalização.
E, no entanto, talvez fosse previsível. Como todos os grandes amores (o que é a "amizade" senão uma forma de amor, só diferente na sua forma de expressão?), difícil é a sobrevivência para além da vida e do contexto que a originou.
Bem sei, houve tentativas de assassinato mútuas. Quando eu cair espero ao menos que olhes para trás. Não olhaste. Permaneceste nesse registo, máxima estilizada dos embutidos afectivos, esperando que a outra pessoa compreendesse que os actos falam mais alto que as palavras. E eu perdi o norte e o sul da minha vida de então, a minha ligação ao mundo dos sãos.
Entretanto a vida seguiu lá fora de alguma forma recomposta, mas nunca mais esqueci; geri distâncias e condicionantes, coloquei-te do lado de fora. Necessariamente.
E, portanto, não sou desonesta. Quando te digo (perdoa-me o acto de coragem de cortar o registo do politicamente correcto) que é triste, é porque é isso mesmo que sinto. O teu desconforto, o meu desconforto, soa-me vagamente familiar: a inaptidão, a inoperância que se sente quando vemos um fantasma do passado.
Não quero mudar nada - passe estes pequenos episódios, é-me mais confortável assim. Nem acho que queiras mudar nada. Há relações cuja permanência implicam custos emocionais por vezes incomportáveis, pela sua sequência passado-presente-futuro (?).
Continuo a desejar-te o melhor que a vida tem para te oferecer. Não preciso é de estar lá contigo para o ver.
E foi assim que a vida (não) seguiu lá fora.
2 Comments:
"É tão bom ser mulher... descobrir quais são."
ou:
"e o que não existe...não tem fim"
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