Tuesday, April 04, 2006

Do privilégio

É o nome que dou à oportunidade de ser testemunha de um processo de morte e ressurreição. Da passagem da realidade pintada a delírio existencial para o tempo em que já não há tempo, da definição de projectos de vida, em que tudo nos empurra para a concretização de planos pouco menos que inatingíveis a longo prazo. E como lidar com essas mortes - essenciais à vida - mantendo o que há de possível manter na ressurreição.

Estive na melhor posição possível: na primeira fila, em frente ao palco. A ver-vos dançar. A ver-vos descamar à medida que o tempo cria erosão na pele côr-de-rosa e a criar outras tonalidades, outras mais claras e outras mais escuras. Ver-vos, a algumas," à espera do combóio na paragem do autocarro."(Clã & Sérgio Godinho)

Sinto-me grata à vida que tenho por ter tido este privilégio. Por muitas dores de cabeça que a excepção profissional me tenha trazido.

E, nos dias que se seguirão, logo se verá o que acontece...seja o que for, já valeu a pena.

«Chega a onde tu quiseres,
mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada p´ra andar
a gente não vai parar
enquanto houver estrada p´ra andar
enquanto houver ventos e mar
a gente vai continuar
enquanto houver ventos e mar...»

Jorge Palma «A gente vai continuar»

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