Live and let die...and i'm still alive
«Live And Let Die
Não encontro o motivo que nos levou ao silêncio distante. Seguimos caminhos divergentes, penso eu, porque os sentimento que nos levavam a procurar o necessário, o útil e o agradável, sempre foram comuns. Não compreendo esta perda de sensibilidade mútua. Apenas guardo de ti a recordação de uma doce tempestade. Ficar à tona nem sempre foi fácil e foram inúmeras as vezes que nos deixamos submergir, por momentos, apenas para descobrir como era!Não me arrependo de nada: das fugidas às aulas para os passeios em Serralves, das idas ao cemitério onde imaginávamos, em silêncio, como teriam sido as vidas daqueles que agora ali jaziam, da primeira moca em Matosinhos, das bebedeiras, das cartas intermináveis recheadas de líricas que os nossos headphones vomitavam quase 24h por dia, dos telefonemas às 3 da manhã, das crises exitenciais...Onde estiveres, quero que saibas que tenho saudades tuas.
posted by unfoldnotes at 02:49
É estranho encontrar no universo virtual uma parte tão concreta e real de nós.
Hesitas, olhas e vês que há algo de vagamanente familiar. Não é a escrita, não são as palavras; mau era que o léxico se mantivesse igual, quase 14 anos passados. É que o tempo pesa, mais do que passa.
Hesitas, portanto. Não pode ser. Mas confias no gene comum. Dois blogs com templates iguais alimenta a teoria.
Sorves o texto com uma espécie de tontura, quem sabe revivendo os tais momentos de companhia contemplando os ciprestes no cemitério situado estrategicamente; nos bilhetes de autocarro apagados até furar, como meio para atingir as manhãs de nevoeiro em matosinhos. Das censuras parentais, do diz que disse. Das bics pretas (ainda hoje mantenho o hábito!), das camisas de flanela aos quadrados e das panama jack, dos teus headphones (os meus estavam em cacos), do período pós-Novembro 1992. Das vezes que ia directo à Concórdia escondida. Tão desprendida que estava da vida, foste muitas vezes a única coisa que me prendeu.
Tanta vida, para depois essa mesma vida... somente acontecer. Parte de mim em ti, parte de ti em mim, para agora ser pouco mais do que o confronto com o fantasma do passado. Daí a tontura. Nunca gostamos de olhar ao espelho, tememos sempre ver alguma coisa com a qual não contamos. Daí a náusea.
A dúvida é: serei eu ainda, um resquício que seja, daquilo? Transformamo-nos para fazer morrer parte de nós ou o contrário?
E então percebo: talvez eu não fosse o hoje, não houvera o teu passado.
Acho que nunca te disse isto (porque nunca foi preciso): obrigada. Talvez não estivesse presa à vida se não fosses tu.
Não encontro o motivo que nos levou ao silêncio distante. Seguimos caminhos divergentes, penso eu, porque os sentimento que nos levavam a procurar o necessário, o útil e o agradável, sempre foram comuns. Não compreendo esta perda de sensibilidade mútua. Apenas guardo de ti a recordação de uma doce tempestade. Ficar à tona nem sempre foi fácil e foram inúmeras as vezes que nos deixamos submergir, por momentos, apenas para descobrir como era!Não me arrependo de nada: das fugidas às aulas para os passeios em Serralves, das idas ao cemitério onde imaginávamos, em silêncio, como teriam sido as vidas daqueles que agora ali jaziam, da primeira moca em Matosinhos, das bebedeiras, das cartas intermináveis recheadas de líricas que os nossos headphones vomitavam quase 24h por dia, dos telefonemas às 3 da manhã, das crises exitenciais...Onde estiveres, quero que saibas que tenho saudades tuas.
posted by unfoldnotes at 02:49
É estranho encontrar no universo virtual uma parte tão concreta e real de nós.
Hesitas, olhas e vês que há algo de vagamanente familiar. Não é a escrita, não são as palavras; mau era que o léxico se mantivesse igual, quase 14 anos passados. É que o tempo pesa, mais do que passa.
Hesitas, portanto. Não pode ser. Mas confias no gene comum. Dois blogs com templates iguais alimenta a teoria.
Sorves o texto com uma espécie de tontura, quem sabe revivendo os tais momentos de companhia contemplando os ciprestes no cemitério situado estrategicamente; nos bilhetes de autocarro apagados até furar, como meio para atingir as manhãs de nevoeiro em matosinhos. Das censuras parentais, do diz que disse. Das bics pretas (ainda hoje mantenho o hábito!), das camisas de flanela aos quadrados e das panama jack, dos teus headphones (os meus estavam em cacos), do período pós-Novembro 1992. Das vezes que ia directo à Concórdia escondida. Tão desprendida que estava da vida, foste muitas vezes a única coisa que me prendeu.
Tanta vida, para depois essa mesma vida... somente acontecer. Parte de mim em ti, parte de ti em mim, para agora ser pouco mais do que o confronto com o fantasma do passado. Daí a tontura. Nunca gostamos de olhar ao espelho, tememos sempre ver alguma coisa com a qual não contamos. Daí a náusea.
A dúvida é: serei eu ainda, um resquício que seja, daquilo? Transformamo-nos para fazer morrer parte de nós ou o contrário?
E então percebo: talvez eu não fosse o hoje, não houvera o teu passado.
Acho que nunca te disse isto (porque nunca foi preciso): obrigada. Talvez não estivesse presa à vida se não fosses tu.
The original soundtrack for this post is: Alive - Pearl Jam
3 Comments:
Há momentos na vida que têm repercussões extraordinárias! A Vida é mesmo a arte do (des)ENCONTRO.
e há encontros que são meramente tangenciais à nossa existência e acabam por ser tão impactantes. e dps há encontros que se prolongam no tempo mas nada (ou quase) trazem de impacto. E dps há ainda os encontros compartimentados em determinadas fases de vida; para esses, olhamos para trás e deixa-nos um sorriso terno...(como é o caso)
há dias assim, um sorriso emerge e reconforta!
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