Flavour of the weekend #1
«Você precisa saber da piscina
da Margarina,
da Carolina,
da gasolina
você precisa saber de mim
baby, baby
eu seu que é assim...»
"Baby" - Gal Costa & Caetano Veloso
Até às 19h no ATL. Afinal não. Telefona ao amigo cuja irmã também lá está. Aprende a pedir favores. Um sorriso do tamanho do mundo que deixa bem longe a impossibilidade de uma noite bem passada à la single. Sem um pingo de arrependimento. As mochilas, os cadernos, a documentação do seguro, não te esqueças que tens pediatra no HPB até à meia noite todos os dias. O delírio com os cães. Banho com gel hipoalergénico. A hora do jantar, peixinho com todos os nutrientes, que ele engole enquanto conta as cusquices da escola. Dominó e jogo do galo, conta as últimas dos Morangos.
Dia seguinte. Quanto ficou o Porto?. O Sporting não presta, pois não? Escolhe a roupa, mas este miúdo tem um sentido estético! Pequeno almoço, cereais com leite. Só depois me lembrei que não tinha tomado pequeno-almoço. É a minha parte do dia favorita, sabes? Dar a ração aos cães, trocar a água, porque eles não podem ficar doentes, pois não? Pois não. Vai passear um deles enquanto eu ajeito o carro para levar ao doutor. Tem jeito para aquilo. E jeito para animais. Rebola, suja-se, magoa-se, e nada. Porque é que há gente que não gosta de cães? Não sei. Não sei mesmo.
Fazem-se 150 km ao som de Madonna, que ele vai cantando como se falasse inglês há 5 anos. Para-se numa estação de serviço para tomar café, e o seu correspondente são as barras de cereais. E sem fitas, o que me dá um gozo enorme.
O resto foi parque, patins (um joelho e uma mão inchada para servir de comprovativo), desenhos, levantar a mesa, arrumar a cozinha, ensinar a fazer a cama, a dobrar roupa e a pôr na máquina a suja, pôr gel no cabelo. E um abraço volta e meia quando diz: adoro cá estar.
É inexplicável este sentido de hipervigilância quando se tem uma criança à responsabilidade. A preocupação com os detalhes prementes que usualmente se coloca em 2º plano (se não almoças, tranquilo; se não fazes isto à horinha, fazes mais tarde and so on), obriga a ser concreto, focalizar e deixar as angústias intangíveis de lado.
E, cá dentro, faz sentido. Não preciso do parto para nada, amar é educar e fico plenamente feliz só com a adopção. Lamentavelmente, nunca encontrei homem algum que não quisesse pelo menos um "seu". Acho isto extraordinário. Deve ser pela mesma razão que o último neanderthal morreu na zona centro de Portugal. Deve ter deixado descendência.
da Margarina,
da Carolina,
da gasolina
você precisa saber de mim
baby, baby
eu seu que é assim...»
"Baby" - Gal Costa & Caetano Veloso
Até às 19h no ATL. Afinal não. Telefona ao amigo cuja irmã também lá está. Aprende a pedir favores. Um sorriso do tamanho do mundo que deixa bem longe a impossibilidade de uma noite bem passada à la single. Sem um pingo de arrependimento. As mochilas, os cadernos, a documentação do seguro, não te esqueças que tens pediatra no HPB até à meia noite todos os dias. O delírio com os cães. Banho com gel hipoalergénico. A hora do jantar, peixinho com todos os nutrientes, que ele engole enquanto conta as cusquices da escola. Dominó e jogo do galo, conta as últimas dos Morangos.
Dia seguinte. Quanto ficou o Porto?. O Sporting não presta, pois não? Escolhe a roupa, mas este miúdo tem um sentido estético! Pequeno almoço, cereais com leite. Só depois me lembrei que não tinha tomado pequeno-almoço. É a minha parte do dia favorita, sabes? Dar a ração aos cães, trocar a água, porque eles não podem ficar doentes, pois não? Pois não. Vai passear um deles enquanto eu ajeito o carro para levar ao doutor. Tem jeito para aquilo. E jeito para animais. Rebola, suja-se, magoa-se, e nada. Porque é que há gente que não gosta de cães? Não sei. Não sei mesmo.
Fazem-se 150 km ao som de Madonna, que ele vai cantando como se falasse inglês há 5 anos. Para-se numa estação de serviço para tomar café, e o seu correspondente são as barras de cereais. E sem fitas, o que me dá um gozo enorme.
O resto foi parque, patins (um joelho e uma mão inchada para servir de comprovativo), desenhos, levantar a mesa, arrumar a cozinha, ensinar a fazer a cama, a dobrar roupa e a pôr na máquina a suja, pôr gel no cabelo. E um abraço volta e meia quando diz: adoro cá estar.
É inexplicável este sentido de hipervigilância quando se tem uma criança à responsabilidade. A preocupação com os detalhes prementes que usualmente se coloca em 2º plano (se não almoças, tranquilo; se não fazes isto à horinha, fazes mais tarde and so on), obriga a ser concreto, focalizar e deixar as angústias intangíveis de lado.
E, cá dentro, faz sentido. Não preciso do parto para nada, amar é educar e fico plenamente feliz só com a adopção. Lamentavelmente, nunca encontrei homem algum que não quisesse pelo menos um "seu". Acho isto extraordinário. Deve ser pela mesma razão que o último neanderthal morreu na zona centro de Portugal. Deve ter deixado descendência.
5 Comments:
Um dia gostava de adoptar uma criança! Para lhe dar uma família e muito amor!! :)
brilliant writting. outstanding feelings. Parabéns.
Muito bom mesmo...
Era bom poder haver uma maior consciencialização para a adopção...seria melhor para todos.
bjs
tpc: not outstanding. not outstanding at all. Como diz o Sérgio Godinho, a diferença entre um cobarde e um herói é que o último foge...para a frente.
but thanx anyway
hidrogenio,
de q serve uma maior consciencialização para a adopção, se a legislação e os procedimentos são anacrónicos??? só traz revolta e frustração aos pais que querem adoptar...mas tb pior do q está é difícil, por isso, só pode melhorar!
thanx for dropping by!
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