Tuesday, July 04, 2006

Era uma vez uma Ordem dos Psicólogos - Episódio I

Era uma vez uma classe com alergia a corporativismos - numa qualquer reunião com mais de 30 pessoas emerge um sentimento latente de medo de perda de identidade. Acresce o número a todos os títulos desajustado - só crescente pela ganância, essencialmente, das escolas privadas, a quem só cabe receber o dinheirito das propinas e querem lá saber dos 600 miúdos quando saem com o título de dôtôr - às necessidades e ainda mais, à realidade do país.

Mas eis que em pouco mais de 3 décadas em Portugal, há uns quantos que conseguem fazer o milagre de juntarem uns cromitos: Sindicato Nacional dos Psicólogos, Associação Pró-Ordem dos Psicólogos (APOP)e mais uns quantos movimentos que não chegaram a ver a luz do dia.

Uns (os 1ºs), foram marcando presença, afirmando que a questão da Ordem não era assim tão essencial. Os 2ºs, mais espertos, foram batalhando, reunindo uma estranha representatividade (a maior parte dos órgãos que a compõem são provenientes da FPCEUL e das privadas). Mais ainda, estes 2ºs com nome de paralisia, parecem ter acesso a canais de influência que os dos SNP não têm.

Eis que em Dezembro de 2003, a APOP, através do grupo parlamentar do CDS-PP (então coligado com o PSD de Durão Barroso no Governo), apresenta uma proposta de criação de Ordem dos Psicólogos. Proposta essa que foi aprovada na generalidade, aguardando aprovação na especialidade quando o PR Jorge Sampaio, esse grande bacano, resolve dissolver a AR e convocar novas eleições legislativas, ganhas então por outro grande bacano com nome de filósofo.

E o que acontece a uma proposta de lei aprovada na generalidade por uma AR entretanto dissolvida?

Fica sem efeito.

Os da APOP devem ter salivado, rosnado, rezado aos altares por alturas das eleições de 2004, mas nada feito. Voltava tudo à estaca zero. E, digo eu, deviam ter percebido que era uma mensagem kármica qualquer, mas não. Quiseram andar para a frente, qual membro da Opus Dei e o seu cilício.

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