Tu dizes e eu respondo
Tu dizes:
Confesso-te a morte de todas as mulheres que amei e que matei dentro de mim por não conseguir amá-las mais, por não conseguir amar-me a mim próprio, por apenas lhes amar os corpos e eles se transformarem de cada vez que os tocava e eu não suportar o desespero de não me encontrar neles.
E eu respondo:
Confesso-te que não demoro muito a matar tudo aquilo que amo, porque, morto, posso recordá-lo e porque a memória, mais do que a vida, é o contrário da morte. Porque, graças à memória, a consciência apazigua-se à distância. E eu conspiro com a memória para amar ainda mais aquilo que mato.
(*) Filipa Melo - Este é o meu corpo
Confesso-te a morte de todas as mulheres que amei e que matei dentro de mim por não conseguir amá-las mais, por não conseguir amar-me a mim próprio, por apenas lhes amar os corpos e eles se transformarem de cada vez que os tocava e eu não suportar o desespero de não me encontrar neles.
E eu respondo:
Confesso-te que não demoro muito a matar tudo aquilo que amo, porque, morto, posso recordá-lo e porque a memória, mais do que a vida, é o contrário da morte. Porque, graças à memória, a consciência apazigua-se à distância. E eu conspiro com a memória para amar ainda mais aquilo que mato.
(*) Filipa Melo - Este é o meu corpo
1 Comments:
Interessante!
Se as memórias se revelam fundamentais e determinantes para o comportamento futuro, também é verdade que a capacidade de renovação do baú permite libertar o consciente do que acabou de morrer, relativizando emoções.
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