Friday, December 30, 2005

****-se, porque é que eu não falo sueco?!


Ingmar Bergman tem um site. Inócuo nas palavras e brutal no conteúdo. Como sempre.
Consegue-se dar uma olhadela a "Saraband"(video disponível, evidentemente em sueco e não legendado), o tal que só passou por uma semana em Lisboa.
Felizmente, anunciam o site em Inglês para Janeiro de 2006. Até lá, vou revisitando "Morangos Silvestres", "Sonata de Outono", "Fanny and Alexander"...

Thursday, December 29, 2005

The only thing you lack is...me! #1


Começo aqui uma nova série, do género my kind of guy, em que o sentido estético fala mais alto. A estes homens não faltará nada: só lhes faltará mesmo ...eu.

O primeiro é Brandon Boyd, vocalista e compositor dos Incubus.

Aliás aviso desde já que é provável - muito provável - que o perfil vocalista/guitarrista/compositor apareça muitas vezes. Tenho uma tara por cantautores...

Fiona's Box #2

Ute Lemper - Punishing Kiss (2000)

Um album fantástico em que uma mulher contundentemente multifacetada (cantora, artista plástica, dançarina, actriz da Broadway) canta Kurt Weil, com novas roupagens providenciadas por Nick Cave, Tom Waits, Neil Hannon (dos Divine Comedy) e Elvis Costello, só para mencionar os que me lembro de cabeça...

Dona de uma voz de dramatismo chocante, para mim o melhor deste album é "The case continues", o arranjo de "Tango Ballad", "Couldn't you keep that to yourself" e a conversa de bar "The part you throw away".

Vi-a duas vezes ao vivo: com este album no Casino da Póvoa em 2000; no ano seguinte, a fazer o musical "Chicago". Das duas vezes bem valeu a pena a poupança para o bilhete. Daquelas divas que nos fazem respirar de forma diferente só porque estão presentes no mesmo metro quadrado que nós.

Fiona Bacana recomenda


Exposição de José Pedro Cortes - Silence.
No Siloauto (Norteshopping) até ao final de Dezembro.

É muito muito bom sair dos corredores do consumismo desenfreado e entrar...no silêncio.

Tuesday, December 27, 2005

Da inquietude ("gajas como tu nunca morrem")


«Gajas como tu nunca morrem...». Nunca morrem o tanas. Como lhe disse, já morri pelo menos 3 vezes. Bem conservada, então, disse ela. Poderia ser formol, não fosse eu mais dada ao álcool (embora cada vez mais selectiva). Mas também não me parece.

Deve ser desta angustiante inquietude que me atormenta. É mais do que ponderar obsessivamente sobre o lado b das coisas. (e o lado c, e o lado d). É ponderar, analisar, colocar debaixo de lentes amplificadoras. É fotocopiar, ampliar, rasgar para voltar a colar. É uma inquietude, vim a descobrir; para mais, é estrutural, vim a confirmar. Sei que vou sempre, seja nos píncaros do êxtase ou na lama da desgraça, questionar-me, procurar razões para, razões por que, antecedentes e consequentes, mas e ses. Procurarei sempre - sei que o farei - onde possa encontrar uma réstia de incerteza que me permita confabular para fora dali; saber e onde poderia estar em alternativa e, mais ainda, porque lá não estou.

É, suprema ironia vocacional, uma fobia existencial: não consigo estar fechada num quarto só, esteja ele decorado exemplarmente e de harmonia inatacável. Fóbica existencial como sou, preciso de saber que tenho uma porta, uma janela, uma escada de incêndio por onde possa sair - não precisando, realmente, de sair em tempo algum. Só preciso de saber que existe.

Mas é esta inquietude, esta estrutural inquietude, que me faz entender que o conforto pode ser um obstáculo - um obstáculo para mudar de divisão.

às vezes eu falo com a vida
às vezes é ela quem diz
qual a paz que eu não quero conservar para tentar ser feliz

Maria Rita, A Paz que eu não quero (Segundo, 2005)

É, deve ser por isso que gajas como eu nunca morrem. Porque esta minha inquietude nunca me vai deixar...em paz. A tal paz que eu não quero conservar para tentar ser feliz. Mesmo que, afinal, me faça morrer pelo caminho várias vezes.

Monday, December 26, 2005

A year ago #1


Há um ano atrás, parti com a sensação de missão: lutar pelo destino. Nada de coragem, simplesmente em vez de fugir para trás, para variar fugi para a frente. Pior do que o que estava, seria difícil (ou pensava eu).

E, então, enfrentei a barreira do check in como uma passagem a uma outra vida. Sentei-me com uma hora de antecedência, porque a ansiedade era enorme. Olhava à volta, atenta a cada um dos presentes, procurava memorizar os costumes, as expressões. Lembro-me de ter olhado para os jornais do dia e pensar "talvez um dia sinta saudade disto". Enumerei num livrinho perto aquilo que, de certeza, iria sentir falta e não poderia reaver:

...dos jornais, o meu gosto por aquele cheiro a papel (filha de jornalista em part time tem destas coisas) só iria ser convertido pelo acesso clean dos teclados da world wide web;
...dos golos do Porto ao vivo, mas também era verdade que já não ia ao Dragão há muito tempo;
...da Ribeira, de forma alguma uma perda reconversível - aquele lumiar abandonado não há em mais lado algum do mundo;
... da minha faculdade, mais concretamente, do sentimento de estar em casa quando entrava naquele quadrado guardado a jardins inesquecíveis - mas sabia já que dentro de um ano já nada disso restaria (evoluir dos tempos oblige);
...dos sorrisos de quem amava (e amo!) e aquele sentimento de lobo no mundo, sabendo que a minha matilha andava algures por aí e só tinha de uivar para os chamar.

Lembro-me do sorriso com que embrulhei estas faltas. Encolhi os ombros, por causa da missão. Um sorriso, ainda o sinto, mesclado a dores de barriga e a olhos inchados das noites mal dormidas dos últimos 3 meses. Sentei-me no lugar marcado e ainda capturei a memória imagética: 14F. Lembro-me de ter tentado fechar os olhos, sem sucesso. Repetia itenerários, rezando para que a morada estivesse certa. E estava. E bastou ver-te à porta para saber que tinha entrado noutra dimensão. Numa dimensão em que nós, ao contrário do mundo, éramos bem possível. Levo comigo para sempre, como ideal de inquietude pacífica - daquelas que nos embalam pela existência fora - o quanto ansiei por ver-te dormir.

Do que vivi nesse dia, ficaram marcas. Das que ficam, e não saem. Hoje oscilam entre a chaga e a cicatriz, o futuro dirá se a ferida ficará sempre aberta, nem que não seja pelo ponto de comparação. Detestaria olhar para trás e achar que foi só ali que fui só eu. Só eu e tu.

Vivi, e vivemos, a ilusão contemporânea do que seria viver ali. Nós os dois. E eu, sabendo já que não seria possível, deixei alimentar a ideia, porque - digo agora um ano passado - era a única forma de não sentir o vazio de não saber o que fazer comigo, o que fazer contigo, o que fazer connosco.

E, na véspera do morrer da ilusão, tudo voltou à estaca zero. O coração que batia quase explodiu, as mãos gélidas tremeram, hesitaram, tremeram novamente. Eu tremi. A minha vida tremeu. E, passado um ano, continua a tremer.

É, passado um ano , continuo sem saber o que fazer a este vazio que se instalou e, quase chaga, parece não querer parar de se instalar. Mesmo sabendo o que tenho de fazer - o que tenho de fazer para te estancar em mim.

Sunday, December 25, 2005

The threat

There is a moment, a holed-in moment, that I know particularly well.
I’ve always complained about, struggled against, chewed in and out my aimless ability to die in the arms of people, some of them I barely knew.

One would say it’s a matter of instinct.
I beg to differ.
Instinct is a matter of survival, awkwardly enough, what I presumably do is to put my survival at risk when I leave my own life is someone else’s hands.
Therefore, it is not instinct.

One would say it’s an existential luxury I allow myself to.
I beg to differ.
The costs of this kind of luxury are enough to shatter all the credit life has given me.
Therefore, it is not an existential luxury.

I say I will not complain, struggle against or chew in and out about this ability anymore.

For I know that there’s a lethal dose in those traps for me. And it is the edge, the rushing race to see how soon before I can fall I can capture the moment, the holed-in moment, where everything is worthwhile, no rules or exceptions, for the sake of this soulful exchange.

Maybe someday I’ll get trapped. (Hopefully, I will.)

Maybe one day someone, somewhere, somehow will take away the fine thread that separates this type of control from the never ending fall.

Until then, I’ll just laugh it off and entertain myself with random thoughts of how it would be if I’d only allow myself to let go into the arms of someone I don’t even barely know. So I can, hopefully, really let go of this unfaithful pose and all the ridiculous trains of thought that legitimize the way that I am today, the today after you.

Friday, December 23, 2005

The family tree #1


Pensava eu que era, na família, a única com atracção inexplicável pelo abismo.
Engano meu.
O meu primo, menos de 2 meses depois de um acidente na Baja do Alentejo e a 2 mm de uma paralisia na coluna, vai, como sempre desde que o conheço, correr no Paris-Dakar (este ano, Lisboa-Dakar).

E pronto, é disto que a casa gasta.

Monday, December 19, 2005

Speechless


Não vou dizer que é sempre assim, porque apanhou-me desprevenida. Costumo, com assinalável frequência, ficar pequena-pequenina quando estou numa situação de elogio. Volta e meia safo-me com uma pirueta de humor, levo a coisa na base do perdoai-lhes senhor, não sabem o que dizem. Mas ontem foi diferente.

Já chegava, para presente existencial, terem-me recebido de braços abertos no vosso círculo. Não era preciso mais nada. Mas, já tinha percebido, iam preparar-me alguma.

Não foi o presente "material" - esse adorei, claro, mas foi o significado que falou mais alto, que não me deixou articular uma palavra que fosse a não ser um trémulo não sei o que dizer.

Foi mesmo o teu discurso. Começaste a falar e já tinha lágrimas nos olhos. Ser recebida daquela forma entre vocês, gente abençoada com a dádiva do que a vida tem de melhor, é simultaneamente um privilégio e uma dor de uma sequência de nota só.

De dor, porque a vida também já me deu uma matilha assim, em que saltávamos de abraço em abraço, de olhar e gargalhada para choro e desespero. A mesma vida que me deu isto, também me tirou a rede que me amparava nos trapézios. Hoje estamos retalhados, separados em vários cantos do mundo, e sobram uns quantos para contar a história. Os que sobreviveram à derrocada, não por alguma razão especial e por todas as razões em particular, só porque talvez fomos mais fortes que as correntes da vida que nos puxam em direcções divergentes, opostas, enviesadas, sinuosas.

De privilégio, porque sinto que tenho a oportunidade de ser testemunha. De ser testemunha de como é possível crescer e manter a força de corpo, de unidade na multiplicidade, de diversidade de gente que me enterneceu.

Era isto que gostaria de ter dito ontem. Não consegui, porque voltei a ficar tão pequena-pequenina que todas as palavras me pareciam despropositadas.

Minto. Não era só isto que gostaria de ter dito.

Gostaria de ter conseguido dizer que, neste momento, é-me bem difícil conceber a minha vida sem a vossa curta, porém essencial, presença. Essencial, hoje por hoje, o presente pelo presente. Do futuro nunca rezou a história...

Thursday, December 15, 2005

«It's a beautiful world, but everyone's insane» #1

Sobre a decisão de afastar Saddam Hussein do poder, o presidente norte-americano considerou ter tomado uma «boa decisão», embora tenha reconhecido que os factos desmentiram a razão que levou à guerra contra o regime iraquiano: a existência de armas de destruição maciça. (...)

Mais: como o Deus americano é-mais-bom do que o Deus iraquiano, Rumsfeld afirma:

«Não há dúvida alguma no meu espírito de que houve pessoas que erraram de boa fé no que diz respeito às informações dos serviços secretos apresentadas nas Nações Unidas. Elas não eram intencionais.»

in tsf.pt

Fiona's Box #1

Stone Temple Pilots - 1994 e a era de ouro do grunge.

Quando as noites se perdiam na garagem da casa da minha mãe entre guitarras, pedais de distorção, baixo, AP e bateria.
Hoje de manhã vim a ouvir as 6 músicas que fazem parte do unplugged, e é quase espiritual uma pequena sequência de 6 segundos, alterada em relação ao original, ao ponto de me transportar à época em que o decadente urbano era um statementent de distanciamento social.

Wednesday, December 14, 2005

Do Prémio Nobel Literatura 2005

«God is good. God is great. God is good. My God is good. Bin Laden's God is bad. His is a bad God. Saddam's God was bad, except he didn't have one. He was a barbarian. We are not barbarians. We don't chop people's heads off. We believe in freedom. So does God. I am not a barbarian. I am the democratically elected leader of a freedom-loving democracy. We are a compassionate society. We give compassionate electrocution and compassionate lethal injection. We are a great nation. I am not a dictator. He is. I am not a barbarian. He is. And he is. They all are. I possess moral authority. You see this fist? This is my moral authority. And don't you forget it.»

Harold Pinter, no seu discurso de aceitação de Prémio Nobel (ou No-bél, como queiram) sobre George Bush Jr. , num retrato fiel da linguagem dicotómica, básica e manequeísta tão ao jeito do Sr. Presidente. Mas o resto do discurso é melhor ainda.

Tuesday, December 13, 2005

No comments

Ontem queria mandar-te uma mensagem, mas não fui capaz.
Queria dizer-te qualquer coisa que eliminasse toda a dor e revolta que sentes. Não sabia o quê, mas sabia que só residia na certeza de que ela vai voltar a um exemplo de VIDA a toda a gente.

Mas percebi que se o fizesse iria dar cabo de um necessário e precário equilíbrio emocional.

Isto dá cabo de todas as lógicas, regras, leis do universo. Não há crença que aguente com isto.
Passei uma boa hora a olhar para uma puta de uma parede branca à procura de algum ponto que me permitisse ganhar controlo sobre a espiral de revolta e dor que nos invadiu a todas.

Encontrei esse ponto. Durante a noite (evidentemente mal dormida, mesmo com lexotan...), esquecia-me, entrava em pânico, olhava novamente para a puta da parede branca e lembrava-me.

Isto vai ser vencido. Vai. Ponto final.

Monday, December 12, 2005

Hoje nada mais interessa

Do que a prevalência da Vida. E é isso que vai acontecer.

Friday, December 09, 2005

Eis por que sou a favor da multiplicidade étnica



KT Tunstall - uma asiática com coração escocês.

Muito para além de Black Horse and the Cherry Tree...Ouvir aqui.

Monday, December 05, 2005

Missa #1 - Will and Grace

Vi o primeiro episódio há cerca de ano e meio na TVI. Como o costume, as direcções de programas colocam séries de culto a horas impróprias e, frequentemente, a partir da série 2, para na semana seguinte colocarem os episódios do meio da série 1. Depois compram a 4ª série, passam os episódios de fio a pavio e quando chega ao último daquela série...nada. Nem uma justificaçãozinha, nem uma linha no teletexto, nada.

Mas eis que depois de um golpe de chulice bem ao costume da TV Cabo, há meses que tiro a barriga de misérias: Will and Grace está acessível e à hora combinada na Fox Life.

Há programas que vejo religiosamente, para os quais giro os minutos para, à hora marcada, estar à frente da TV. É o caso desta série. Porquê? Por causa disto:

- Will Truman: advogado, ex-namorado de Grace na Faculdade, terminam o namoro porque ele descobre que é gay, algo que Grace há muito desconfiava. Depois continuam melhores amigos, partilham comentários sobre a homenzarrada, trocam sweats e camisas. Continuam a viver juntos mesmo sabendo que isso será sempre um impeçilho para a vida amorosa de cada um;

- Grace Adler: designer e decoradora de interiores, judaica. É o lado da insanidade assumida, uma mulher sistematicamente atraída por homens gays. Quase na bancarrota, aceita sociedade com Karen.

- Karen: alcoólica, alucinante, casada com um homem (Stanley) que nunca se vê. É mais dependente da empregada (Rosario) do que do próprio marido.

- Jack: o gay em todo o seu esplendor, amigo de Will. É o grande parceiro de Karen, quem alimenta todos os fashion strokes. Muda de vocação todos os dias, ao sabor dos homens lindos que vai encontrando.

Um argumento exemplarmente bem construído, diálogos superiormente interpretados e de um humor lancinante. É, se Will and Grace fosse uma religião, eu seria devota. E, claro, não faltaria a uma missa que fosse.

Mummy says


«...Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?...»

Maria Rita in Santa Chuva

Obrigada. Obrigada pela abertura da caixa de Pandora. Para quem disse um dia "Ainda bem que nunca me apaixonei", a relevância de uma companhia está bem sobrevalorizada.

(Quadro de Renaze Pinto de Amaral, pintora brasileira)

Da inacessibilidade

«Clerfayt teria desejado parar o carro e beijá-la; mas não sabia bem o que aconteceria se o fizesse. Sentia-se enganado, frustrado, e sentia também um desejo mórbido de destruir tudo à sua volta. Começando por investir com o carro contra as belas tulipas amarelas. Depois de o fazer, de tudo destruir, desejaria levar Lillian consigo para um sítio mais íntimo, mesmo secreto. Mas para onde? Para uma caverna, um esconderijo, um quarto? Para qualquer parte onde pudesse libertar-se e libertar Lillian da muda interrogação daqueles olhos dela, que davam a impressão que nunca o fitavam directamente.»

Erich-Maria Remarche in O céu não tem favoritos

Nunca consegui perceber este meu paradoxo: para quem se dá em tudo e em nada, que derrama vida nos outros só porque sim (e subtrai vida nos outros só porque não), esta história de eu ser inacessível - atirada género pedra à moda da entifada por gente diversa, de vários quadrantes e portanto insuspeita - chateia-me. Não é só por eu não querer isso para mim: tenho uma queda por divas (sobretudo as más), mas como uma projecção do que nunca serei.

Bem sei que a vida, sobretudo a nossa contaminação nos outros e vice-versa, é feita de auto-regulação. Que nos devemos dar para isto ter mais piada, darmo-nos a quem vale a pena (e só assim vale a pena). Mas ter a etiqueta de inacessível é algo que não quero para mim; porque vai contra aquilo que pretendo de mim, porque vai contra aquilo que sou na realidade. E, depois de bater, debater e rebater esta imagem de mim a quem a divulga, confronto-me com uma dilaceração incontornável: nem no espelho me olho nos olhos.

É, trabalho à parte, só houve uma pessoa que fui capaz de olhar nos olhos, sem medo, sem constrangimento, sem desconforto. Um sintoma incontornável da tal inacessibilidade de que me acusam. É, devo ser mesmo inacessível. Durante algum tempo, ainda pensei - e valorizei - este suposto mecanismo de selecção interpessoal. Mas deixei de o fazer, lutei contra ele e pensei ter vencido (fora aquele "pormenorzinho" de não olhar nos olhos de ninguém). E, agora, 5 anos volvidos e duas ressureições pelo meio, a acusação volta a ser a mesma. Merda para isto.

Friday, December 02, 2005

Today's Mindset



Marisa Monte - Barulhinho Bom

Nós 4 e a sala ao lado, vulgo sala da rádio. Give me love no repeat em horas intermináveis, conversas a propósito de tudo e de nada, cigarro para aqui, cigarro para acolá. Uma espécie de Cheers: gente a entrar e a sair, uma festa de gente e partilha desinteressada do momento pelo momento. O tempo em que não havia tempo (Mia Couto) no seu maior expoente.